sábado, 21 de junho de 2014
quinta-feira, 19 de junho de 2014
terça-feira, 17 de junho de 2014
"Questão de Personalidade"
DEFINIÇÕES
Definir personalidade é quase como tentar definir Deus: impossível.o psicólogo Gordon Allport fez, em 1937, uma lista com meia centena de definições do termo, a partir de várias áreas do saber.Num esforço estremo de síntese, pode-se dizer que personalidade é aquilo que a pessoa é.Essa concepção descarta de saída a idéia de que a pessoa tem uma personalidade, que seria uma entidade autônoma em relação ao seu possuidor.
Uma definição o mais abrangente e exata possível de James Drever em A Dictionary of Psychology:"É a organização integrada e dinâmica das qualidades físicas, mentais, morais e sociais do indivíduo, como se manifesta a si mesma em relação a outras pessoas, no intercâmbio da vida social."As qualidades a que o autor se refere podem ser traduzidas como impulsos, hábitos, interesses, complexos, sentimentos, ideais, opiniões e crenças, como se expressam nas relações determinadas pelo ambiente social.
FORMAÇÃO DA PERSONALIDADE
Falamos acima da controvérsia nesta área, as quais, pensando bem, acabam sendo nada mais do que o velho enigma de se saber quem nasceu primeiro-o ovo ou a galinha.Assim, por exemplo, discute-se se o desenvolvimento da personalidade depende apenas da carga hereditária individual ou se é o ambiente cultural que o determina.criou-se, inclusive, uma expressão em inglês para falar sobre o problema:nature versus nature (natureza versus nurture (natureza versus criação, educação, ambiente).
Na realidade, essa oposição não tem razão de ser, até porque o ser humano não é um mero produto das forças cegas da natureza e do ambiente.Há um terceiro elemento- a autodeterminação - que também toca nessa banda.
O que parece mais plausível , levadas em contas as teorias das diversas escolas psicológicas, é que esses três elementos atuam conjuntamente na formação da personalidade.Esta não chega a alcançar uma estrutura final fixa, mas permanece em continuo desenvolvimento.
DISTÚRBIOS DA PERSONALIDADE
As maneiras de falar sobre as personalidades consideradas desviantes são múltiplas.a lista que segue é uma das que podem ser montadas de acordo com a análise que do assunto faz o dicionário de Campbell:
PARANÔIDE
Os sinais que a caracterizam são os seguintes:sentimento de suspeita e desconfiança, geralmente sem fundamento real.Conduta reservada e defensiva. Sensibilidade excessiva a criticas e facilidade em se ofender.Frieza no trato interpessoal.
Esse tipo de personalidade, como é óbvio, não facilita em nada o intercâmbio entre a pessoa e a realidade.Ao contrário, conduz a um isolamento sempre crescente e cada vez mais doloroso.
ESQUIZÔIDE
Os traços aqui são a timidez, a indiferença e o afastamento.A insensibilidade e o afastamento.A insensibilidade em relação aos sentimentos alheios também se faz presente.Pensamento, expressão e comportamento bízaros, numa tentativa doentia de ser original.Tendência a introversão.Desânimo.Tendência a convicção excêntricas, fanatismo e beatice.
Personalidades deste tipo não são incomuns no ambiente das igrejas evangélicas.Apesar de todo respeito que merecem,e até por causa dele, são pessoas que precisam de tratamento.
HISTRIÔNICA
Histrião é sinônimo de palhaço.Não se trata, no caso, daquele tipo de pessoa bem-humorada e brincalhona que sempre dá o ar da graça quando o ambiente permite.A personalidade histriônica ou histérica é assim definida porque a pessoa teatraliza sua conduta a fim de monopolizar as atenções.
Outras características: sugestionabilidade, decepção fácil, dependência exigente, tendência à sedução e à excitação.No histrionismo, a pessoa tenta reprimir suas emoções negativas e resistir aos impulsos ameaçadores.No fundo tenta parecer aquilo que não é, como se desempenhasse um papel no palco da vida.
"A Surdez de Beethoven e seus Sonhos"
Nada é mais grave para um músico do que perder a audição.Beethoven, um dos gênios da música, perdeu-a depois de ter feito belas composições.
Os recursos médicos ineficazes o levaram a uma profunda crise psíquica.Seus pensamentos agitaram-se como ondas, sua emoção tornou-se um céu sem estrelas.Perdeu o encanto pela existência.Deixar de ouvir e compor músicas era tirar o chão de Beethoven.Cogitou, assim, no suicídio.
Mas algo aconteceu.Quando todos pensavam que seus sonhos tinham sido sepultados pelo inquietante silêncio da surdez, surgiram sorrateiramente os mais espetaculares sonhos no árido solo da sua emoção.Ante sua condição miserável, ele decidiu superá-la.
Ou Beethoven se calaria diante da surdez ou lutaria contra ela e faria o que ninguém jamais fez:produzir músicas apenas de não ouvi-las.No entanto, apesar de surdo, ele aprendeu a ouvir o inaudível, aprendeu a ouvir com o coração.Não desistiu da vida; ao contrário, exaltou-a.Os sonhos venceram.O mundo ganhou.
Com indescritível sensibilidade, Beethoven compôs belíssimas músicas após a surdez.Entre outras atitudes, ouvia as vibrações das notas no solo.
A teoria da inteligência multifocal revela que as vibrações do solo produziram ecos na sua memória, abriram inúmeras janelas onde se encontravam antigas composições, que por sua vez, eram reorganizadas, libertando sua criatividade e o fazendo compor novas e encantadoras músicas.
Quando no complexo da mente humana há sonhos, os surdos podem ouvir melodias, os cegos podem ver cores, os abatidos podem encontrar força para continuar.Os sonhos têm o poder de nos levar a patamares impensáveis.Quem dera fôssemos todos sonhadores.
Nas empresas, escolas, instituições, igrejas, sinagogas, precisamos de homens e mulheres que enxerguem além da imagem e ouçam além dos limites do som.
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